end relationship

Como Sobreviver ao Fim de um Relacionamento

Como é que se sobrevive ao fim de um relacionamento?

Antes demais mais nada é preciso deixar que o relacionamento se extinga  aí dentro. Sequinho, sequinho.

O relacionamento não acaba quando as pessoas se separam: acaba quando deixa de haver um cordão emocional entre as duas pessoas.

Isso pode acontecer antes ou depois do fim.

Para sobreviver ao fim é preciso espremer tudo o que está dentro. E deixar sarar.

Doutra forma a sensação vai ser a de uma queima lenta. Uma morte lenta,  abrir uma ferida que ainda está a sangrar.

Parece cruel? As coisas são o que são.

A metáfora da ferida é boa aqui: é deixá-la a céu aberto e  permitir que o oxigénio cure.

Tal como as feridas recentes que saram mais rápido se não estiverem tapadas.

A morte

Parece dramático?

Mas é a sensação de morte que se tem, e acaba por ser: a morte de uma concepção de nós (eu, tu, ele, nós, vós...)

Mas que fique claro: uma concepção de nós.

Não somos nós por inteiro.

Mas apenas um dos infinitos conceitos que tornamos concreto, que materializamos: é a morte disso.

O fim do relacionamento não é a nossa (nossa, vossa, deles) morte.

Já foi referido várias vezes neste blogue: cada um de nós é um universo.

Nós, num qualquer relacionamento, representamos apenas um espectro parcial do que somos, de parte do que somos – seja coisa grande ou pequena. Cada um sabe o que sente.

A ratoeira da auto-comiseração: evita-a. Ferozmente

São precisos dois para haver um relacionamento amoroso.

Também são precisos dois para o estragar. Se calha transformaram o relacionamento numa competição, tornaram-se inimigos em vez de parcerios.

E independentemente de “quem estragou mais que quem”, quando o relacionamento acaba é penoso para as partes envolvidas.

Num relacionamento de longo prazo: os sonhos, as expectativas morrem com o fim do relacionamento. É muita tristeza.

Vais lamentar, sentir pena de ti: amaldiçoar a tua sorte, o destino, os deuses lá em cima, as pragas dos teus antepassados… Seja o que for.

Chora e faz o luto. Permite-te fazer isso.

Mas, de forma alguma, te deixes arrastar na ratoeira da auto-comiseração

É um relacionamento falhado? Não.

O oposto de falhanço é o sucesso.

“Falhanço” é um conceito desvalorizado, e “sucesso” é uma palavra prostituída. São conceitos.

Ambos podem ter o significado que lhe dermos: podemos olhar para o falhanço ou erro como sendo um processo de aprendizagem e para o sucesso como algo que nos faz feliz e preenchidos. Não fica mais leve e mais agradável?

Isto não é para adoçar as coisas.

Não foi um relacionamento falhado: foi um processo de aprendizagem na vida.

Aprendemos de nós próprios, aprendemos sobre as nossa forças e sobre as nossas fraquezas, aprendemos de como as pessoas podem ir ao seu melhor e ao seu pior. Inclusive nós próprios.

Mas se se entrar na “onda de auto-comiseração” não é justo para nós próprios. Podemos ficar tentados a sentir que “tudo me acontece” , “assim é a minha sorte”…

Não é, se quiseres que não seja.

Qualquer um de nós merece ter um relacionamento  que nos preenche. A nossa ilha da felicidade.

Mas uma pessoa não “tem” um bom relacionamento: uma pessoa constrói um bom relacionamento.

E para atrair as pessoas certas para construir bons relacionamentos, temos antes de mais que trabalhar em nós próprios.

Para nos tornarmos naquela pessoa com quem gostaríamos de ter encontros. Para nos tornarmos naquela pessoa que nos deixaria maravilhados(as). Para nos tornarmos naquela pessoa por quem sentiríamos respeito.

E isto não é nenhuma crise de narcisismo: é amor próprio.

Uma vez que se aprende a ter amor por nós próprios: é mais fácil definir limites saudáveis e dar sinais claros de como gostamos e merecemos ser tratados(as).

É por isso que a autocomiseração é um espaço mental a evitar: porque rouba-nos  a possibilidade de um melhor novo começo, de nos tornarmos numa melhor versão de nós mesmos.

Portanto: é melhor começarmos por acreditar nisso.

A relação de recuperação: outra armadilha a evitar. Ferozmente.

Não há dúvida que é tudo muito penoso. Incluindo o ter que lidar com a dor.

Algumas pessoas precisam de "alugar ouvidos alheios”, numa tentativa de encontrar alguma clareza.

Outros sentem necessidade de recolher para dentro. Um retiro.

O que quer que te sirva melhor: faz isso. Desde que ouças a tua voz interior, a voz mais importante á tua disposição, desde que estejas disposto a ouvi-la. É a voz que te fala de quem tu realmente és, muito além da imagem projectada, a voz que te diz ao que é que precisas de te dedicar, a voz que te fala do que realmente te traz alegria.

Para evitar sentir a dor do fim, podes sentir-te tentado(a) a procurar uma “distração”: o relacionamento de recuperação.

Só vais atrair os “necófragos” ou pessoas do género, que vão perceber a tua vulnerabilidade e vão tirar vantagem disso.

Tu, por outro lado, vais ter o que mereces: ser usado(a). Simplesmente porque também estás a usar. E estás a colocar-te numa posição de usar alguém para mascarar a tua própria dor.

Injusto para ambos. Ou: bastante justo. Vais encontrar uma versão reversa de ti próprio. A mesma intenção subliminar de “uso”.

Ok: é bom termos em quem nos apoiarmos quando estamos em baixo. Mas não numa base de “uso”.

E essas são as pessoas que têm um lugar especial no coração: aquelas que nos estendem a mão quando precisamos.

 

Mas devemos garantir que as intenções são limpas, em vez de mascarar a dor emocional com uma falsa intenção de querer um “relacionamento com uma boa fundação”.

Só porque não conseguimos lidar com a dor do relacionamento “falecido”.

Eventualmente irá ruir: todos sofrem, e nada fica de pé a não ser as duras lições. E lá estamos nós de volta ao sofrimento.

E se não aprendemos a lição à primeira, que os relacionamentos  de recuperação só trazem ainda mais sofrimento,  e os restos mortais nem sequer deixam memórias sólidas de boas emoções: vamos voltar a repetir a façanha uma vez, e outra vez, e mais outra… até aprendermos.

Até agora, a única coisa que  foi mencionado aqui  foi o que não fazer.

Assim: o que devemos fazer, para lidar com o fim de um relacionamento?

O que fazer então?

#1 Aprende a passar tempo em solitude

Solitude não é o mesmo que solidão: é passar tempo de qualidade contigo mesmo, a fazer coisas construtivas que te fazem sentir bem, que te nutrem a alma e/ ou o corpo.

Isto é muito difícil no início, mas vai evitar que vás a correr para os braços de outro(a), só para evitar a dor inevitável. O mais provável, se isso acontecer, é que a dor depois venha a dobrar ou mais.

Aproveita esta oportunidade para teres mais intimidade contigo e te expandires: por dentro e por fora.

Qual era o instrumento em criança que adoravas ter aprendido a tocar? Aprende agora.

E isto era só um exemplo: explora coisas novas, aprende coisas novas. Expõe-te a novas experiências construtivas, que possas fazer por tua conta.

E no teu tempo sozinho: dispõe-te a conhecer-te melhor.

A meditação é uma ferramenta de ouro para isso, para equilibrar as tuas emoções  e aprenderes a ouvir os teus pensamentos por detrás dos pensamentos e regular o teu crítico interno.

Nutre-te a fazer coisas de que gostas.

#2 Define uma rotina matinal saudável

Porque é que é importante?

Porque se estás em sofrimento e lamúria,  por conta do fim de um relacionamento, o mais provável é que esteja na tua mente – noite e dia.

Se definires uma rotina matinal: hora de acordar, exercícios, meditação matinal… Seja lá o que for que concebas como uma rotina matinal saudável: isso vai ajudar-te a ter os pés firmes no chão e agarrar o dia logo pela manhã. Com a melhor disposição possível.

#3 Define uma rotina noturna saudável.

Algumas pessoas dão mais valor à rotina matinal do que à noturna.

Na realidade: o teu dia seguinte pode ser muito melhor depois de uma noite bem dormida.

Usa a tua imaginação: descreve por escrito como seria a tua vida perfeita, para ires para a cama  com as imagens fantásticas da tua vida por vir.

Breathwork faz milagres para dormir bem, pelo  estímulo da glândula pineal: influencia a  produção da serotonina e da melatonina.

Ajuda-te a manter o equilíbrio físico e emocional, já que é de noite que o organismo se auto-regenera.

#4 Não trates a(o) ex como um amigo(a). Isso é outra armadilha.

Há pessoas que sabem, desde sempre, que ser amigo(a) do(a) ex é um Não Redondo.

Outros (as) , só aprendem depois de pagar um qualquer tipo de preço, cobrado pela vida. E querem criar uma espécie de relacionamentos-nova-era e gostam de acreditar que é possível manter uma amizade com um(a) ex.

Digamos que é possível, casos raros: mas a maior parte das vezes pode não funcionar.

Há sempre um que, secretamente, quer voltar ao relacionamento e vai sabotar qualquer intenção do outro de seguir com a sua vida, ou ter outro relacionamento. Essa pessoa até podes ser tu ou não.

Seja qual for o caso: certifica-te que aprendeste e compreendeste o que e porque é que acabou. Se ainda assim quiseres um retorno: garante que tens o teu recomeço numa base honesta, corrigindo o que não correu bem. Leva a coisa com calma, se for esse o caso.

#5 Se tens amigos de confiança: apoia-te neles. Se não tens: certifica-te de que podes contar contigo.

Se queres confirmar se as pessoas que te rodeiam são de confiança: vê se há equilíbrio no dar e receber. Isso significa que também tu, tens que fazer a tua parte no dar e receber

Doutra forma: é um relacionamento tóxico.

Se tens amigos de confiança, apoia-te neles. Mas garante que dás retorno ao que recebes.

Se não há ninguém para te apoiar: vais ter que contar contigo.

Aquilo de que te alimentas, no todo é fundamental para ires encontrando equilíbrio:

  • O que lês e vês
  • O que ouves
  • O que comes
  • O que bebes
  • Com quem trocas energia

 

Ajuda-te.

É inútil recorrer ao álcool, outras drogas ou ficares agarrado (a)  a um outro vício que só te vais arrastar ainda mais para baixo.

Tenta nutrir-te, duma forma alargada e saudável.

Trata-te bem.

Getting Better Every Day

Kind&Loving Hugs

From Body&Soul!

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"In nature, nothing is lost, nothing is created, everything is transformed"

Antoine Lavoisier, 1789

The Law of the Conservation of Mass

Author Eunice Veloso

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