Então o teu nome tem sido caluniado: E agora?
Como é que se lida com as consequências emocionais, depois de ter o nome a correr na boca do povo, de forma injusta?
Ser um alvo de calúnia atinge de forma muito pessoal.
E não adianta fazer cara de mau e estar a desmoronar por dentro.
Afogar na vergonha ou adotar uma posição mental de vitimismo é de fugir: mata-te por dentro, de uma forma lenta.
Desenvolver resiliência a um nível de essência é a chave. E se no percurso conseguires continuar a ter uma alma limpa de rancor: é muito mais do que uma vitória sobre a calúnia ou sobre os caluniadores.
É uma vitória sobre ti mesmo, sobre um ego que já foi frágil um dia.
Como lidar emocionalmente com a calúnia?
Como lidar, emocionalmente, com a confusão da calúnia?
Não é pêra-doce, diga-se de passagem. Conflitos internos que ninguém sabe, excepto aqueles que passaram pelo mesmo ou por uma experiência similar.
Isto afecta todas as áreas da vida: trabalho, família, amigos, finanças… Tudo.
Até mesmo a relação contigo próprio(a).
Pode até mesmo afectar a tua saúde física e mental, devido aos níveis de stress, se estes não forem bem geridos.
Por isso é tão importante constituir resiliência. Força interior. Força psicológica.
Se a tua reputação foi atingida, uma coisa é certa: a percepção que os outros têm de ti muda. Muda muito.
Por outro lado, uma coisa ainda mais perigosa pode eventualmente acontecer: isto é se houver uma certa contaminação na percepção que possas ter sobre ti mesmo(a), se começares a ver-te de uma forma depreciativa.
Se estes eventos te impedem de te veres como uma pessoa de valor, e eventualmente evoluirem para sentimentos de vergonha crónica ou colocarem-te com uma mentalidade de vítima: isto não te vai permitir criar e crescer em vários aspectos da tua vida.
Algumas pessoas desenvolvem, eventualmente, ansiedade social, depressão ou outros distúrbios mentais.
Nestes casos, pode ser útil considerar a necessidade de procurar ajuda profissional, psicoterapia.
Se achares que dá para gerir a crise por tua conta, seguem abaixo alguns aspectos a ter em conta, para não te fragmentares e para te ajudar a constituir força interior.
#1 Aceita os factos
Aceita que danos foram feitos á tua imagem.
Mas tens que estar de bem com o seguinte: não há como controlar a forma como os sentem ou dizem de ti.
O teu maior poder reside no controlo que tens sobre ti mesmo e na percepção que tens de ti mesmo.
E a primeira coisa a fazer é parar de desperdiçar energia a tentar mudar a forma como as pessoas te vêem ou o que pensam da tua pessoa.
Redireciona essa energia para outro lado.
Isso não quer dizer que não há nada que tu possas fazer. Au contraire, caríssimo(a). Oque podes e deves fazer é trabalhar em ti mesmo(a).
Sim: Trabalhar em ti para fazer um upgrade das tuas competências, na tua autoconfiança, para constituires resiliência. Tornares-te psicologicamente resiliente. Ser alvo de calúnia não é coisa para amadores: tens que te tornar num profissional de resiliência.
#2 Reconhece os teus sentimentos
E valida-os. Tens todo o direito de estar zangado, a tua vida foi virada do avesso.
Dá um passo atrás e vê a situação de uma perspectiva mais vasta. Reconhecer os teus sentimentos de ira é uma coisa. Agir a partir dessa energia de baixa vibração é outra coisa. Já tens drama suficiente na tua vida: não há necessidade de atirar mais achas à fogueira e acumular mas problemas, com a tua ajuda.
Mas tu tens o direito de te sentires zangado, ultrajado, magoado.
Não finjas que não sentes o que sentes: só se vai acumulando por dentro, numa coisa ainda maior. E isso vai consumir-te por dentro (implodir) ou destruir tudo á tua volta explodir).
Reconhece os teus sentimentos. E chora se precisares, dedica-te à arte, faz desporto: para transmutares toda essa energia. E fazeres a saberes porque é que o fazes: porque estás zangado (a) e no teu direito de estares.
#3 Torna-te íntimo de ti mesmo: aprende a meditar
Isto é um ponto chave.
A dada altura, durante fase da “matança pela calúnia”, e se a calúnia tiver sido bem feita, com pitadas de verdade no meio: tu vais duvidar de ti mesmo(a), vais questionar-te.
E este é o momento crucial onde podes ficar insano(a), odiar-te ou ficar firme, de pés bem assentes o chão.
E só vais conseguir ser firme se souberes quem realmente és e o que é que defendes, acreditas.
Uma forma excelente de o fazer é pela meditação e/ou pela prática de técnicas de respiração (breathwork). A meditação vai ajudar-te na descoberta interna de t próprio(a), se a tua estrutura emocional tiver fragilidades.
Além disso, tu a situação da calúnia coloca-te em níveis elevados de stress, numa base diária, que certamente irão interferir com os teus padrões de sono, com o sistema imunitário e pode comprometer estado de saúde em geral.
É por isso que a meditação/breathwork se torna uma ferramenta de defesa tão importante para a tua saúde mental e física.
És insultado todos os dias? De uma forma sub-reptícia, o que torna os insultos ainda mais ultrajantes?
Então é preciso limpar a mente e a alma de toda essa sujeira. Todos os dias. Tal como lavar os dentes.
Isso torna mais fácil a tarefa de separar o que é real do que não é.
Isso torna mais fácil a tarefa de separar o que as pessoas andam a dizer de ti de quem tu realmente és.
De certeza que não te vais queres juntar ao clube, para te tornares no melhor apoiante dos teus odiosos, começando a odiar-te a ti mesmo.
#4 Evita atirar às cegas
Pode acontecer que não saibas quem é a pessoa que espalha os rumores.
Pode ser mais que uma pessoa.
Pode ser uma massa densa de pessoas.
Só vês o fumo, não sabes onde está o fogo: e queima como o raio. E o ar é demasiado tóxico.
Sentes o calor infernal. Respiras o fumo intoxicante.
O que vais fazer? Atirar ás cegas? No meio do nevoeiro?
Iniciar um tumulto contra a massa de gente, por vezes não identificada e criar mais drama na tua vida?
Não.
Precisas de sair da queima.
Precisas de sair da atmosfera intoxicante.
#5 Cessa a comunicação com pessoas tóxicas
Se conseguires identificar a pessoas tóxicas: deixa de comunicar com essas pessoas.
Sim. É difícil de fazê-lo no espaço de trabalho: mas não é impossível. Fica-te pelo essencial.
#6 Perdoa o caluniador
Isso mesmo: perdoa o caluniador.
O que é que acontece se não o fazes? Estás a viver 24 horas por dia, 7 dias por semana, com o imundo na tua cabeça. Podes nem te aperceber mas até dormes com ele(a) . É isso mesmo que queres? Prestar tamanha homenagem a alguém que não merece o teu respeito?
Talvez não.
A melhor coisa a fazer é perdoá-los por sentirem inveja, por se sentirem inferiores a i de alguma fora, de outra forma não sentiriam necessidade de te humilhar ou menosprezar.
Perdoa.
E estás a fazê-lo por ti. Porque no meio de todos os problemas que possam ter sido causados: tu mereces ter paz. Tu mereces dormir com a mente em pessoas que te amam e te respeitam.
Desapega-te da tentação da vingança: é um loop de apego negativo.
Obter justiça é um outro assunto e não está no âmbito deste artigo.
A vingança? Não traz nada de bom. É uma espécie de auto-estupro, uma espécie de auto-mutilação.
#7 Evita compensar com excesso de trabalho
Isto deve ser evitado porque pode ser uma porta aberta para teres um esgotamento nervoso.
Pode ser tentador fazê-lo - o excesso de trabalho, por eventuais perdas monetárias que tenhas tido como consequência, ou para evitar lidar com o ambiente da calúnia.
Mas recorrer ao excesso de trabalho é um não redondo.
Ainda assim: certifica-te que o que fazes é bem feito. Para que ninguém possa apontar um dedo à qualidade do teu trabalho. Mas não mergulhes no excesso de trabalho.
Protege-te, protege a tua saúde mental, protege a tua saúde física.
#8 Certifica-te de que tens, pelo menos UMA PESSOA do teu lado: TU.
Sim. Anda direito e orgulhoso, com a confiança que sabes quem és.
E se mentiras foram ditas: não as aceites como sendo verdades.
Não há necessidade de andares envolto num manto de vergonha, com os ombros caídos, cabeça e os olhos baixos.
E se fizeste uma auto-reflexão e chegaste á conclusão que há espaço de melhoria, de crescimento, a ser feito na tua atitude/comportamento: corrige o que precisa de ser melhorado.
E também neste caso: não há necessidade de viver com vergonha, porque estás a trabalhar em ti mesmo para te tornares numa melhor versão de ti mesmo.
Pratica amor-próprio. Numa base diária.
E se não houver ninguém por perto para te dar amor ou dizer que te ama: tu vais estar lá, presente, para te apoiares a ti mesmo.
Como é que fazes isso?
Falando contigo, reconhecendo as coisas que adoras em ti – traços pessoais de caráter, características físicas. Fala contigo e diz que te amas: ao espelho. Como se estivesse a falar para alguém de quem gostas muito. Todos os dias. Isso funciona.
Se tiveres um bom sistema de suporte: apoio psicológico profissional, amigos de confiança, ou membros da família que são da tua confiança: usa esse apoio.
Mas certifica-te que pelo menos uma pessoa está do teu lado: tu.
Vale a pena lutar por ti, só tens que te transformar no teu melhor amigo.
Pode não resolver todos os problemas, mas ajuda-te a ver as coisas com mais clareza e então: estás em condições de encontrar melhores soluções para os teus problemas.
Getting Better Every Day
Clean Hugs
From Body&Soul!
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