compromisso, autocompromisso

Qual É o Teu Grau de Compromisso? Contigo mesmo?

Já paraste para questionar qual é o grau de compromisso que tens contigo mesmo?

Todos nós queremos sentir satisfação emocional e se isso significa que temos que nos comprometer com alguém: fazemos isso. Até aqui: tudo bem.

Pode soar como “obviamente que estou comprometido(a) comigo”: de que outra forma nos envolveriamos num compromisso, com outra pessoa ou com alguma corporação, a menos que estejamos  comprometidos(as) com nossos objetivos?

Mais devagar jovem: pode não ser assim tão transparente. Pode não ser uma correlação direta.

Na verdade, se o que está no exterior é mais importante do que o que está dentro de ti: pode ser que estejas,  literalmente, a abandonar-te a ti mesmo, e portanto, descomprometido contigo mesmo.

Pode até ser que estejas comprometido(a) com meio mundo – os teus amigos, a tua tradição familiar, os padrões sociais do teu habitat, as expectativas dos outros – menos contigo mesmo(a).

Isso, caríssimo(a), não é autocompromisso: isso é auto abandono.

A auto abandono e o medo de ser abandonado(a): a relação íntima entre ambos

Pode parecer um paradoxo, mas as pessoas que têm um grande medo de não se sentirem aprovadas ou, em outras palavras, medo de serem abandonadas por: amigos, familiares, ambiente social, parceiros… são as primeiras a praticar o abandono. O abandono de si mesmas.

Parece cruel, ninguém faria isso consigo mesmo. Não conscientemente, é claro: mas é o que acontece com frequência.

É a vida a devolver a vibração energética que estás comunicar intensamente: o teu maior medo. A tua “impressão digital energética” escondida. O medo de ser abandonado(a).

As raízes do medo do abandono

Tudo o que nasce morre. Pessoas, relacionamentos, empregos, projetos, animais, plantas. Com a excepção da energia, que se transforma: tudo o resto morre. Essas são as regras da natureza: temos de fazer as pazes com isso. Triste. Verdadeiro. Natural.

Algumas pessoas têm sérias dificuldades com isso, sofrem com o medo do abandono e desenvolvem ansiedade patológica diante da ideia de perder pessoas.

E esse medo enraizado, essa ansiedade, pode levá-las a aceitar o inaceitável.

Fazem o que for preciso para agradar os outros, toleram relacionamentos tóxicos, desenvolvem máscaras sociais para garantir que sejam aceitos pelos outros e priorizam as expectativas dos outros sobre eles.

E torna-se uma forma de estar. As pessoas que sofrem com o medo do abandono fazem tudo isso pelos outros, para que possam diminuir as chances de serem abandonadas e se sentirem inerentemente rejeitadas.

As raízes desse medo geralmente estão relacionadas a traumas de infância: em algum momento da sua infância houve  um profundo sentimento de abandono emocional.

E o mecanismo de defesa encontrado para sobreviver a esse sentimento de abandono foi o desligar. Operar fora de si mesmo, para não se sentir a dor por dentro.

E o que os outros precisam, sentem ou dizem passou a ser a referência: mais importante que o próprio.

O teu centro  passou a ser os outros.

O barômetro de temperatura passou a ser o dos outros.

 A tua vida tornou-se os outros.

Mas ainda assim és tu que sofres as consequências de colocar o teu poder  nas mãos de outros.

E isso é doloroso, cruel e injusto.

Porque a tua vida tem sentido porque tu existes: e tu deves ser o centro de tua vida. Para melhor e para pior. E esse deve ser o teu primeiro compromisso sagrado, o teu primeiro compromisso como adulto: o compromisso contigo mesmo.

O melhor é recuperares o teu poder e parar de te abandonares a ti próprio.

Como saber se estamos em auto abandono, para interrompermos o ciclo?

O primeiro sinal de auto-abandono é que não te sentes realizado(a) com a tua vida.

Se te sentes totalmente infeliz ou insatisfeito(a) com a tua vida é porque de alguma forma: não te estás a honrar.

Toda a gente tem problemas, e sim, existem momentos desafiadores na vida, mas esses passam, são superados ou devem, pelo menos, ser superáveis.

Se olhares para trás e vires que a tua vida é uma sequência de fases, de escolhas que foram feitas, que te levaram ao que parece ser um ciclo de coisas repetidas, aos mesmos resultados insatisfatórios, só que com personagens diferentes: alguma coisa tem que ser feita.

Alguma coisa precisa de atenção. E normalmente és tu.

# Manifestações de auto abandono

Quando temos por hábito o auto abandono, normalmente ele manifesta-se na vida assim:

  • facilmente nos envolvemos em relacionamentos tóxicos e codependentes
  • procuramos constantemente a validação dos outros (agradar as pessoas)
  • deixamos que os outros decidam por nós
  • não respeitamos as nossas necessidade emocionais
  • não expressamos o que realmente pensamos e reprimimos os nossos sentimentos
  • atropelámos os nossos valores fundamentais
  • a nossa autocrítica é demolidora

Aqui temos que fazer uma pausa: não estamos danificados(as) para todo o sempre.

E temos que para mais uma vez: não é para pôr o foco nos outros, pondo a culpa em todos ao nosso redor.

Porque são precisos dois para dançar a valsa.

# A abordagem útil: melhorar a relação contigo mesmo(a)

A abordagem útil e construtiva seria: deixe-me aprender mais sobre mim, ficar comprometido(a) com o que vou aprender, para que eu possa fazer melhores escolhas que me levarão a mais realização na vida.

Há sempre espaço para melhorar.

O dinheiro é importante. Assim como o teu relacionamento contigo mesmo, que se manifestará no teu relacionamento com os outros.

E tu queres de tudo, certo? O copo cheio.

Para ter de  tudo: é preciso permanecer comprometido contigo mesmo(a), antes de qualquer compromisso com qualquer outra pessoa.

Permanecer comprometido(a) contigo: as ferramentas

Isso pode ser resumido em duas palavras: valores e objetivos.

E isso pode ser feito por conta própria, com um coach ou um psicoterapeuta. Tudo depende das tuas necessidades pessoais.

Porque se estivermos a falar de co-dependência ou trauma: um terapeuta pode ser um activo valioso para tua situação.

Se for para identificar quais são teus valores fundamentais e definir teus objetivos: o coaching pode ser uma alternativa a considerar.

# Para ficares comprometido(a) contigo: é preciso saber com o que é que te estás a comprometer

Quando falamos de metas é mais amplo e profundo do que apenas perspectivas financeiras: é o propósito de vida.

São objetivos abrangentes: é o relacionamento, é o profissional, é a saúde (mental e física), são os hobbies e entretenimentos construtivos.

É o espectro largo.

E como podes definir objetivos pelos quais vale a pena lutar, proteger, perseguir e manter, a menos que sejam apoiados por teus valores pessoais?

E os valores essenciais pessoais são realmente pessoais. É ao que tu dás valor a um nível mais profundo: não são iguais para toda a gente.

E é por isso que não deves deixar que o que os outros dizem sobre ti e sobre a tua vida, tenha mais valor do que a a tua própria percepção de ti: os valores deles podem não corresponder aos teus.

# Dito isto: como permaneces comprometido(a) contigo? (em vez de estares constantemente a abandonar-te)

1. Identifica quais são seus valores fundamentais: às vezes não é óbvio

Pode levar algumas horas, mas compensa: vais encontrar o lado positivo nos resultados. Porque começas a tomar decisões tendo os teus valores em mente. E isso vai minimizar o conflito interno entre o que fazes e o que você valorizas.

Certifica-te de teres uma lista de 5 a 10 valores fundamentais. Hierarquia. Isso facilita a tomada de decisões e priorizas o que realmente importa.

Pode demorar algumas horas, mas compensa: vais encontrar o  ouro sobre azul nos resultados. Porque começas a tomar decisões tendo os teus valores em mente. E isso vai minimizar eventuais conflitos internos entre o que fazes e o que valorizas.Certifica-te de ter uma lista de 5 a 10 valores fundamentais. Hierarquia. Isso facilita a tomada de decisões e você prioriza o que realmente importa.

2.   Certifica-te que os teus objectivos estão alinhados com os teus valores fundamentais

Vai-te parecer demasiado desafiante ou até pior: frustrante.

Se correres atrás de objetivos que não estão alinhados com teus valores.

A sensação vai ser de que te estás a trair a ti  mesmo. Auto traição. O pior tipo de traição. Como se tivesses caído numa armadilha feita por ti.

Vais querer que os teus objetivos estejam alinhados com teus valores fundamentais. O resultado?

  • vais ter uma vitória que tem um gosto bom, uma vitória que tem o sabor de uma verdadeira vitória
  • o teu trabalho duro vai ter significado e as coisas vão ficar equilibradas: não vais ficar com nenhuma sensação de que perdeste muito mais do que ganhaste, durante o processo.
  • em vez do sentimento de vergonha e indignidade por qualquer ganho (material ou intangível) que tenhas obtido: vais é sentir orgulho de ti mesmo.

3.   Age de acordo com os teus valores fundamentais

O que tu fazes importa. Mesmo que ninguém esteja a olhar: tu és a tua primeiríssima testemunha.

Ninguém é perfeito. Pode ser que tropeces: em vez de te punires com vergonha:  faz um upgrade,  melhora-te, faz melhor da próxima vez.

Atuar alinhado com os teus valores, constrói autoconfiança.

É como se os teus valores fundamentais te pedissem para dizeres que  vais estar lá. E as tuas atitudes dissessem que sim.

As tuas ações confirmam e espelham os teus valores.

4.   O teus objectivos assustam-te? Tem coragem e continua a caminhar

Vamos encarar a realidade: pode parecer  que tens uma montanha para mover. É assustador e está tudo bem. Mas fá-lo na mesma.

Não importa o que os outros acreditam: o que importa é no que tu acreditas.

Defende aquilo que acreditas. Defende-te. E acredita em ti: se está na tua cabeça, é possível.

5.   Mantém o foco: não deixes que as distrações à tua volta te façam perder o foco nos teus objectivos

Algumas pessoas entram nas nossas vidas para nos ensinarem lições. Algumas pessoas entram nas nossas vidas e não passam de distrações. Especialmente se elas nos estão a desviar a atenção dos nossos objectivos.

Essas pessoas têm os seus próprios objetivos, que não estão necessariamente alinhados com os teus: isso faz com que sejam distrações.

Aproveite os momentos presentes mas, simultaneamente: mantém o foco. Mantem os teus objectivos em mente.

6. Sê autêntico(a)

No mundo onde o que é falso é celebrado e recompensado: pode ser uma tentação, pode parecer o caminho mais fácil.

Pode parecer para os outros um acto de rebeldia, se ousares ser autêntico(a).

Mas começas a ter relacionamentos reais. E esses são Os Gratificantes. Preenchem.

Não significa que tenhas que ser desagradável com os outros, ou dizer tudo o que te vem à mente. Há muitas coisas que dizemos por raiva, e depois arrependemo-nos, e não são necessariamente verdades.

Ser autêntico significa defender o que acreditas ser verdade.

Significa saber quando dizer “não” e manter a posição.

Significa valorizar a tua palavra: o que dizes tem sentido e sentes os que dizes.

Getting Better Every Day

Commiting Hugs

From Body&Soul!

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"In nature, nothing is lost, nothing is created, everything is transformed"

Antoine Lavoisier, 1789

The Law of the Conservation of Mass

Author Eunice Veloso

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