"Apenas sexo" ou sexo sagrado. E não: não é o acto efectuado com os corpos cobertos com um lençol, rodeados por um coro religioso: é sobre a natureza sagrada da vida, em continua transformação.
Leva o teu tempo para nutrir o conceito. Porquê a pressa?
Vamos encarar: algumas pessoas consomem sexo da mesma forma que consomem fast food. Tão rápido quanto podem. Quanto mais rápido melhor: como se algum crime estivesse a ser cometido e não se quisesse ser apanhado em flagrante.
Se, quando alguém disser a palavra “s” e o primeiro pensamento for a genitália: desacelera um pouco.
O corpo todo é coberto por pele, o maior órgão do corpo humano. É aí que estão espalhados, da cabeça aos pés, os receptores sensoriais.
Em vez de ser “apenas sexo”, que tal começar a conceber uma nova abordagem, uma fusão entre o corpo sexual e uma conexão espiritual: explorar o sexo sagrado?
Repressão, liberdade sexual, deboche
Da religião ao deboche: provavelmente nenhuma destas expressões do sexo ajudam alguém a sentir-se sexualmente realizado(a): uma exerce repressão sobre a energia sexual, a outra desperdiça-a.
A energia sexual não é apenas sobre a criação de bebês. É energia para criar: ideias, projetos, realizações pessoais criativas e/ou profissionais.
E a energia pode ser transmutada: é possível transmutar a energia, a tua energia sexual e ser movido(a) por esse entusiasmo, essa força vital para alcançar um qualquer objectivo (ou vários), materializar sonhos e projetos.
Sim: os tempos (e a sexualidade) têm mudado pelos séculos afora.
Num extremo, temos a influência da religião que nos diz que o sexo é sujo e pecaminoso, se não for dentro de uma união religiosa e para fins de procriação.
No extremo oposto vamos encontrar a libertinagem: o vício do sexo, vício em pornografia, crianças, animais. Vale tudo desde que tire alguém do tédio do que se concebe como ter uma sexualidade tradicional entre os seres humanos.
O sexo é natural: os humanos, fazem-no, os animais fazem-no.
É natural mas acaba por cair no tédio se for “apenas sexo”.
Torna-se monótono se for “apenas sexo” com o(a) esposo(a).
Torna-se monótono se for “só sexo” fora de um relacionamento estável: pode haver a tendência de procurar múltiplos parceiros.
Vai ser uma confusão, eventualmente perigoso (saúde física e mental) e ainda assim... entediante.
Porque não é construtivo, transformador ou criativo. É entretenimento vazio. Não preenche. Eventualmente deixa a pessoa emocionalmente esgotada, mas não energizada. Evapora-se logo após o suspiro de prazer.
A sexualidade sagrada como uma experiência de troca de energia
Na verdade o sexo é sempre uma troca de energia.
Não somos apenas corpos de carne e osso. Também somos isso, mas não somos só isso. Nós temos um espírito. E o corpo é tanto energia quanto o é o espírito. O corpo detém a energia do fazer, o espírito detém a energia do querer (criar). Corpo e alma.
E quando temos a percepção de sermos seres energéticos, de sangue e espírito, de corpo e alma, então o sexo não é só sexo: é uma troca consciente de energia entre duas pessoas, tanto a nível corporal como a nível espiritual.
A única forma de sexo ser apenas sexo: é quando a pessoa tem o corpo desconectado do espírito. E isso é uma experiência sexual. Mas é limitada.
Quando é que se experiencia o sexo sagrado?
Quando é uma experiência plena de corpo e alma. É como se houvesse uma conexão com a natureza divina, o que há de divino em nós.
Porque faz com que a pessoa se conecte consigo mesmo a um nível muito profundo. Sendo essa conexão consigo mesmo uma acção testemunhada, compartilhada e ajudada pelo parceiro (a).
É aí que a intimidade acontece a um nível muito profundo.
Exige presença, pede verdade. Requer confiança. Mesmo que não seja sob a égide de um relacionamento convencional.
O lado negro da sexualidade sagrada
O sexo sagrado pode ser uma experiência fracturante.
Pode ser uma experiência bastante intensa. É possível que entres em contato com partes subconscientes de ti mesmo(a), que vêm ao de cima e que nem sabias que existiam.
Pode desencadear o melhor e o pior em ti, de forma perturbadora. Para o melhor ou para pior. Isso pode deixar-te obcecado(a) com a outra pessoa: quando, na realidade, as coisas que precisam de abordadas, são sobre ti.
Se não te assustares contigo mesmo: pode ser curativo.
O lado negro disso? Isso pode desencadear a tua insanidade (temporária, talvez): possessividade, ciúme avassalador, sensação de poder sobre o outro (e/ou tendência a abusar desse poder).
É como se descobrisses um novo poder que deverias endereçar a ti mesmo para criar, ao invés disso, endereça-lo para fora e tentas exercer poder sobre o(s) outro(s).
O sexo sagrado é uma força vital: você pode ser para construir ou destruir. Tudo vai depender de como lidas com a experiência.
Mas tal como foi dito acima: pode ser curativo e criar laços de uma verdadeira intimadade espiritual com o(a) parceiro, que dificilmente se consegue atingir em contextos de “apenas sexo” ou até mesmo em contextos em que há um envolvimento emocional forte (por um qualquer trauma comum e normalmente tóxico e/ou de co-dependência).
Sexo sagrado como processo de cura: sexo tântrico pode ser um caminho
Processo de cura. Qualquer vício é uma evidência de algo que precisa de ser tratado, curado.
Se há um vício em sexo, ou qualquer um de seus sub-produtos, o mais provável é que haja algo a ser tratado aí: há uma relação com o sexo que pode pecisar de sarada.
O sexo tântrico pode ser uma maneira de resolver alguns problemas.
# O que é sexo tântrico?
O sexo tântrico é uma prática milenar da cultura indiana, que remonta há mais de 5000 anos.
Essa prática foi utilizada como forma de unir o físico e o espiritual e estimula uma experiência sensual que pode ser vivenciada a sós ou a dois.
Não precisa ser visto numa perspectiva romântica - embora possa, mas sim uma maneira de se conectar com o corpo para sarar feridas emocionais.
O principal objetivo do sexo tântrico é alcançar um contato espiritual ou energético durante uma experiência sensual. Inclui respiração, sons e movimentos para ativar a energia sexual.
Numa perspectiva individual, acredita-se que a prática da técnica tântrica ancestral ajuda a curar traumas sexuais.
Na perspectiva romântica, certamente que estreita os laços entre o casal: o tantra é honrar o próprio corpo, entendendo os teus desejos, assim como o corpo do parceiro. Isso ajudará a tornar a experiência sexual satisfatória para ambos.
Se é a perspectiva romântica que mais te interessa no tantra, vale a pena ouvir o que o Osho tem a dizer sobre este assunto no vídeo e ganha uma nova abordagem sobre tua intimidade sexual com o(a) parceiro(a).
# Como é o tantra pode ser útil para a cura
O trauma fica aprisionado na memória do corpo, que armazou as sensações e emoções suprimidas. Essas sensações e emoções reprimidas – traumas – podem expressar-se de várias formas: ao nível físico, emocional, mental e/ou espiritual.
Aqui estão alguns problemas sexuais relacionados a traumas, que supostamente podem ser tratados com o Tantra:
- Vergonha e culpa crônicas
- Perda de ereção
- Vaginismo e dor vaginal
- Perda do desejo sexual
- Blindagem corporal (é desligar: a resposta do corpo é parar de sentir emoções ou sensações porque algo doloroso e desconfortável foi accionado)
Pode ser que te interesse procurar ajuda profissional pela terapia tântrica para explorar o tantra em profundidade: pode ser feito sozinho ou em casal.
Isto é apenas abrir de portas para uma possibilidade, uma nova luz.
Getting Better Every Day
Slowmotion Hugs
From Body&Soul!
Referências e Blogues Relacionados:
https://bodyandsoulbizz.co.uk/como-transmutar-a-tua-energia/
https://bodyandsoulbizz.co.uk/the-hidden-genius-your-sexual-energy-and-why-they-serve-you-prn/
https://www.medicalnewstoday.com/articles/what-is-tantric-sex#know-ones-partner
Tantric Healing: How Tantra Can Help Resolve Sexual Trauma (karmatantric.com)
Vídeo
OSHO: Making Love – A Sacred Experience
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The Law of the Conservation of Mass