Estás a criar crianças? Ou tencionas ter filhos? Queres que sejam uma extensão de ti?
Bem: pensa outra vez. Porque não é justo.
Pode ser que não sejas pai/mãe, se calhar ainda estás na fase de planeamento. Pode ser que sejas um tio ou uma tia. Também serve para ti: se estiveres suficientemente próximo(a): também estás a participar no crescimento da criança.
Desde o princípio dos tempos: as pessoas reproduzem-se para dar continuidade à espécie.
Mais tarde, o conceito de ter propriedade houve a necessidade de assegurar que os filhos pertencem aos respectivos pais – para consequentemente, terem direito á herança, à terra.
Mas herança não são só os genes, ou a terra - também é cultura e valores.
Herança Não É Só Sobre Genes, Propriedade. Também é sobre Cultura e Valores
Se estás a criar crianças, independentemente de serem do teu sangue ou não, então estás a passar um testemunho que não é necessariamente só sobre os genes ou direito a terra. Está a por cultura e valores no futuro. Portanto, mesmo que os filhos não seja da tua linhagem de sangue, ainda assim: está a passar cultura e valores.
E isso é de uma beleza tremenda.
O outro lado da moeda?
Se o teu ego te atrapalhar e impedir de ver as crianças como pequenos indivíduos, almas humanas dentro de um corpo pequenino: podes estar a transmitir-lhes o teu lado obscuro também.
Todos os problemas não resolvidos que “herdaste” dos teus pais, e que eles herdaram dos pais deles… As características comportamentais que sabes que tens e não são necessariamente facetas charmosas…
Queres que eles sejam uma extensão disso também?
Quando se vê uma criança como uma extensão de si próprio, é isso que estás a fazer: consciente ou inconscientemente, estás a tentar limitar a criança a ser … como tu. E isso não é justo.
E até podes ser um colosso de gente, e certamente, único (a). Mas não é justo que uma criança não tenha espaço para crescer para ser ela própria. Assim. Única.
Sim: há muito a ser ensinado ás crianças. Mas existem dons naturais, que precisam de espaço para desenvolverem, outros dons que só precisam de estímulo para virem ao de cima.
E isso só vem ao de cima se as crianças forem tratadas, não com adultos certamente: mas como indivíduos a serem respeitados pela sua individualidade e não como peças de barro em bruto a serem moldadas pelos seus progenitores.
Crianças são almas humanas dentro de um corpo pequenino.
Crianças São Almas Humanas Dentro De um Corpo Pequenino
Se calhar não se nota nas primeiras semanas, mas quando um recém nascido começa a ver, dá para perceber a alma por trás dos olhar especado a percepcionar todas a novidades do mundo á sua volta.
E á medida que desenvolvem, um bocadinho a cada dia: dá para perceber que não há só necessidades básicas de alimento: consegue-se perceber que têm a sua forma muito própria de se expressarem.
E isso é individualidade.
E se tiveste a sorte de criar mais do que uma criança, então a realidade é gritante: cada indivíduo é único.
A questão é: quanto de singularidade é celebrada, encorajada ou suprimida, até por comparação, para encaixar nas espectativas que os pais têm? Quiçá para compensar uma qualquer frustração pessoal que o pai/mãe tenha e passe (ainda que inconscientemente) como um fardo para as crianças, numa tentativa obscura de comp auot-compensação.
Estás a permitir que os teus filhos sejam eles próprio? Está ajudà-los a serem a melhor versão deles próprios?
Estás A Ajudar os Teus Filhos A Serem a Melhor Versão Deles Próprios?
Não há dúvidas sobre uma coisa.
Toda a gente está a fazer o melhor que pode, com aquilo que tem, com os recursos disponíveis, sejam coisas materiais, amor, espiritualidade, disponibilidade emocional e mentais.
Toda a gente faz o melhor que pode.
E todos os pais, querem preparar os filhos para o mundo, para a vida, para a sociedade: o pais ensinam, aquilo que aprenderam como sendo verdade.
Mas a questão permanece: estás ajudar os teus miúdos a serem a melhor versão deles próprios ou a serem uma versão melhorada de ti mesmo (a)?
Educar as crianças, ensiná-las a terem disciplina, ensiná-las a terem valores: é mais que válido e necessário.
Nutrir emocionalmente e cuidar de uma criança de forma consciente exige que o pai/mãe compreenda que as crianças não são bens de posse: são indivíduos expressivos, de pensamento livre, com seu próprio espírito e interesses.
As crianças não são propriedade dos pais ou produtos para serem manuseados.
Mas nutrir, cuidar e fazê-lo com amor e respeito pelo pequeno ser humano que existe ali, com ideias, opiniões, perspetivas, dons e emoções nem sempre bem entendidas/tratadas: é magia sob a forma de parentalidade.
E além disso: vai chegar fase em que a tua criança cresce, passa ter opinião própria e pode divergir com a tua, a cultura familiar pode ser rejeitada de alguma forma e os valores podem diferir: e isso deve ser respeitado.
Ou deveria.
E a tua criança que está em crescimento e até pode já ter-se tornado num adulto: deveria sentir-se amada (o) e não ser punida (o) por não se conformar com o “caixotinho” em que ela/ela não se quiseram encaixar.
Getting Better Every Day
Innocent Hugs
From Body&Soul!
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