À partida quando se fala na “melhor forma de expressão” pensamos logo no óbvio: em expressão verbal, ou facial.
E só depois é que vamos mais além.
Falar bem: facilita. Parecer bem: abre portas e simpatia de terceiros.
Mas a verdade é que cada um de nós tem uma impressão digital única. E pode não ser uma verdade absoluta, mas o mais provável é que cada um de nós tenha uma forma muito única de se expressar.
Intrigado com a perspectiva?
Estamos a falar de auto-expressão.
A Tua Autoexpressão: Dás. E Depois recebes.
Podemos falar a mesma língua, podemos viver debaixo de regras uniformizadoras, mas ainda assim: não pensamos todos da mesma forma, não sentimos todos da mesma maneira quando expostos aos mesmos estímulos.
E todos ocupamos espaço no mundo físico, temos uma assinatura energética.
A questão que se coloca aqui é: estás a representar-te bem? Estás expressar-te de uma forma inequivocamente tua, tal como a tua impressão digital?
Para que é que isto importa?
Porque no limite, a tua forma de te expressares pode determinar teres o que realmente queres ou não.
Pode determinar seres o que realmente queres ser ou não.
Isto vai um bocadinho mais além das aparências.
É sobre auto-expressão. É sobre como é que partilhas a tua pessoa com o mundo.
É sobre a energia que colocas no mundo.
E a energia que colocas no mundo: inevitavelmente terá o retorno. Cedo ou tarde. Boa ou má. E se aceditares no conceito de reencarnação: nesta vida ou na próxima.
A energia que colocas no mundo também pode ser a da não-expressão (ou expressão distorcida): a da supressão de emoções. E também isso tem o seu retorno.
A Não-Expressão ou A Supressão de Emoções: O momento Em Que Nos Apercebemos Que Ser Autêntico Tem Um Custo
Quando é que, de certa forma aprendemos, que reprimir as emoções é uma questão de sobrevivência em grupo/família?
Provavelmente lá na infância, com algum trauma.
O momento em que nos apercebemos que ser autêntico pode ter um custo elevado, provavelmente aconteceu lá atrás na infância.
Quando em algum momento a criança percebeu que se fosse autêntico na sua forma de expressão: perderia o afecto de quem quer que estivesse na responsabilidade de cuidar dessa criança.
Quantas vezes enquanto crianças estivemos expostos a comentários emocionalmente castrantes, como estes:
- se tiveres comportamento “tal”, o pai/mãe já não gosta mais de ti;
- um homem não chora;
- uma criança bem comportada não questiona: deve obedecer aos mais velhos.
E isso só para mencionar os exemplos mais óbvios.
É claro que os pais estão a tentar disciplinar os seus filhos para “prepararem” a integração na sociedade e mais tarde na escola, no trabalho.
Mas é uma disciplina que vem da supressão das emoções. Não é uma disciplina que venha da gestão das emoções.
Mas emoções ficam lá na mesma , num registo biológico.
Assim crescemos, a embutir emoções em vez de lidar com elas.
E aprendemos a suprimir as nossas emoções porque a mensagem subliminar é: se fores autêntico, és castigado(a). E assim começa a epopeia da não-expressão. Como mecanismo de defesa do terror de sermos ostracizados do amor parental/familiar/social.
Transmutar emoções em vez de suprimir-las: para melhor te expressares
E isso pode perpetuar-se na vida adulta, mascarado de outras formas menos saudáveis (dependência, distúrbios alimentares, são exemplos disso)
Se as crianças aprenderem a reconhecer as emoções que têm, dar-lhes um nome: frustração, rejeição, raiva….Saberem de onde vêm essas emoções e e depois aprenderem como canalizar ou transformar a energia dessas emoções.
Em adultos podemos ter flashes dessas emoções fortes, mais o menos conscientes, desse medo de perda do amor/afecto/reconhecimento/pertença da comunidade.
E esses flashes de emoções fortes podem manifestar-se na forma como nos expressamos.
E uma maneira de reverter, transmutar a energia dessas emoções fortes , que associamos a algum evento traumático da infância: é pela expressão.
Há quem o faça com ira, há quem o faça com a necessidade de controlo sobre os outros, outros com a necessidade de agradar meio mundo.
Mas também há quem o faça de uma forma que faz bem ao próprio e faz bem ao próximo: pela arte, pela escrita, pelo desporto, ou simplesmente pelo próprio trabalho … É um processo muito pessoal. Cada pessoa tem o seu.
E tu? Já sabes qual é a tua melhor forma de expressão?
A Tua Melhor Forma de Expressão
A tua melhor forma de expressão é aquela que partilha o que há de autêntico em ti com o mundo.
Não só te faz uma pessoa feliz - sentes-te bem quando te expressas bem, como em simultâneo contribuis com os outros de uma forma útil, construtiva. Acrescenta valor.
É assim mesmo, dual. Bom pra ti e bom para outros.
Já sabes qual a forma como melhor te expressas?
Às vezes não sabemos bem.
De tantos anos a suprimir emoções, acabamos por não saber muito bem o que representa melhor a nossa pessoa, de uma forma genuína: que vem de dentro para o mundo e não para agradar o mundo.
E quando nos damos conta que não nos estamos a expressar bem?
Quando sentimos que estamos rodeados de pessoas que não nos entendem.
Sentimo-nos incompreendidos: peixes fora de água. Sempre ter que representar um papel: para nos podermos “misturar”.
Na realidade estamos criar conexões com base em falsos pressupostos.
Culpa dos outros ou nossa?
Talvez nossa: que andamos a ”falar” uma linguagem que na realidade não é a nossa.
E atraímos gente que entende essa linguagem que estamos a falar: mas que não representa o muito do que somos. Atraímos pessoas/situações que parecemos, e não por aquilo que somos.
E não é por mais nada: não nos deram espaço para descobrir quem realmente somos. E também não procuramos saber.
É tipo cair na nossa própria ratoeira de uma pseudo auto-expressão.
Autoexpressão: o que não é
Antes de passar às formas de autoexpressão, para analisares ou, melhorares as competências, convém saber o que não é autoexpressão.
O objectivo de qualquer forma de expressão é estabelecer comunicação.
Que se quer saudável. Á partida queremos expressar o que pensamos, o que somos, quem somos, as nossas ideias, o que sentimos, com objectivo de criar laços, para que haja campos comuns de interacção: que se pretende que sejam autênticos. Verdadeiras conexões.
Autoexpressão não é:
- Obter popularidade
- Querer controlar
- Querer manipular
Se essa for a intenção da forma de expressar, o que vais estabelecer são relações tóxicas de co-dependência ou de exploração, que nada têm de saudável.
Quando as máscaras caírem e as intenções ficarem a nú, a sensação que ficará será de fraude: para os dois lados.
Pode funcionar durante algum tempo: mas é pouco recompensador no longo prazo.
Mesmo que se trate de contextos menos emocionais, que envolvam questões práticas profissionais.
Formas de auto-expressão
Os comuns dos mortais expressam-se fundamentalmente de duas formas:
- linguagem verbal, escrita ou oral
- linguagem corporal.
Sim: o corpo fala.
Fala através da postura, das expressões faciais, dos gestos, dos desconfortos nas entranhas, a através do batimento cardíaco, da pressão no estômago, o brilho nos olhos. O corpo fala.
Mas também há quem se expresse pela arte, qualquer forma de arte: música, dança, moda, artes plásticas (pintura, escultura, artesanato), fotografia, arte cénicas.
O importante aqui é passar a mensagem que melhor expressa aquilo que somos e queremos transmitir.
Sejam ideias, projectos ou… sentimentos ou emoções. Sim os tão negligenciados sentimentos e emoções, que têm um papel fundamental em tudo o que fazemos: ou nos dá gozo ou não. Seja trabalho ou lazer: as emoções estão lá.
Posto isto: já sabes como é que te expressas melhor? Ou quais são as áreas onde precisas de melhorar a capacidade de expressão?
Como Melhorar a forma de te expressares
Se tens dificuldade de expressão, a melhor forma de melhorar essa competência é: praticando.
Aqui seguem algumas formas de praticar a tua auto-expressão:
- Registo em vídeo
Se tens dificuldade em verbalizar: faz uma espécie de diário em vídeo. Usas a câmara do teu portátil e conversas contigo, sobre o que quer que seja: como se estivesses a falar para alguém. É terapêutico.
Pode servir para te auto-motivar, pode servir para desabafar, pode servir para organizar ideias enquanto discorres sobre o assunto que tens em mente. E entretanto: treinas a linguagem verbal.
- Registo escrito
No fundo quando escreves: passas para o papel o que te ocupa a mente. Quer seja escrita criativa, quer seja uma espécie de diário: é excelente.
É acto de exorcizar a tal emoção.
Se estiveres confuso em relação a qualquer assunto: a escrita ajuda a racionalizar a emoção. Se for alguma emoção perturbadora e se conseguires enquadrar a situação de uma outra perspectiva, dar-lhe um significado diferente daquele que tens e te perturba de alguma forma: é quase curativo.
É como se estivesses a ensinar o teu corpo a sentir aquela emoção de uma forma diferente.
- Linguagem corporal
A atividade física, seja ela de que forma for, ajuda a ter uma melhor relação com o corpo e a melhorar a linguagem corporal: postura, gestos, expressões. Aliás o facto de fazer exercício obriga a estar consciente das sensações corporais: até a dor.
E treinamo-nos a ouvir o corpo, a estar presente quando nos sentimos bem, e quando nos sentimos mal. E actuar em consonância.
Quando estamos habituados a ouvir o corpo, é mais fácil sentir os desconfortos físicos de alguma situações, e agir para repor o bem estar: em vez de andarmos pela vida anestesiados, a receber os sinais do corpo a dizer que ”alguma coisa não está bem aqui” e continuar, sistematicamente a ignorar os inúmeros alertas que o corpo nos dá.
A actividade física pode ser a dança, que tmbém entra na categoria de actividades artísticas. Qualquer coisa que ponha o corpo a mexer, que nos obrigue a sentir, também nos ajuda expressar as nossas emoções.
- Actividades artísticas
O teatro por exemplo, é usado como psicoterapia para ajudar a lutar contra a timidez, o stress e a depressão.
E a maior parte dos artistas plásticos transportam as suas emoções para a arte que criam.
É uma forma de expressar e transmutar emoções.
O mais importante é que haja integridade entre a pessoa que és, como verbalizas e como ages.
Se por algum motivo entraste demasiado na personagem do teu "avatar social" e achas que tens que mentir para manter a personagem, sejam elas mentiras “brancas” ou não: cria o hábito e dizer a verdade.
Agenda o dia semanal da não-mentira: crias uma auto-proibição, num dia espeífico da semana, de mentir a quem quer que seja.
E dizer a verdade não precisa de ser um drama: desde que o faças de um lugar de amor-próprio (estás a ser leal para contigo) e não de um lugar de fúria, para punir ou castigar alguém com as tuas palavras.
Confia que o teu interlocutor adulto, vai saber ou aprender a lidar com aquilo que é verdade para ti.
Até as crianças conseguem ouvir verdades menos agradáveis: a única coisa que se tem de ajustar é a linguagem que se usa.
Getting Better Every Day
Self-expressing Hugs
From Body&Soul!
Hey! I'm Eunice Veloso and you'll find more about me on my About Page
"In nature, nothing is lost, nothing is created, everything is transformed"
Antoine Lavoisier, 1789
The Law of the Conservation of Mass