Estás mesmo? A levar o teu tempo para plantar as sementes ? Dá-te tempo para a (o) conheceres.
Um relacionamento é como uma planta semeada. Desenvolve-se no escuro, escondido. E somente quando as raízes são fortes o suficiente e bem agarradas à terra: só então ela sai da escuridão e entra na luz.
Vivemos tempos a “correr muito”, tempos rápidos: empregos rápidos, dinheiro rápido, comida rápida, relacionamentos rápidos. Uma criança leva nove meses para estar pronta para nascer, uma planta desenvolve-se no escuro pelo tempo necessário para vir à luz. Porque é que um relacionamento seria diferente?
Dito isto: estás a dar-te tempo para conhecer essa pessoa um bocado melhor?
1. Dá-te tempo para conhecê-lo(a) melhor
A verdade é esta: conhecer bem alguém não é fácil.
Muitos fazem um show até para si mesmos. A mentira pode ser tão intrincada e arraigada que até eles ficam surpresos quando a verdadeira natureza crua vem à tona.
Na era da internet é fácil encontrar um aplicativo de namoro que combine as pessoas de acordo com alguma fórmula algorítmica, que calcula a probabilidade de terem algo em comum.
O que é bom: as coisas em comum facilitam o vínculo. Tempos rápidos. Internet. Conexões rápidas.
Mas vamos supor que vocês não se conheceram pela internet. Ou mesmo que tenha sido por aí.
Até que ponto esta ás disposto a realmente conhecer uma pessoa, para além da atracção física?
Ou é apenas uma questão de serem verificados alguns pontos de uma qualquer check- list expectativas? Normalmente pela aparência?
A maioria de nós age/reage de forma a adaptarmo-nos ao ambiente que encontramos. Também há os que criam o ambiente e condicionam outros a adaptarem-se a ele.
Se somos seres energéticos - como somos - estamos sempre numa dança com a energia dos outros.
Isso significa que nossa energia pode estar a oscilar a todo o momento.
Isso significa que antes de decidir algo sobre alguém: convém testar a “dança energética” em diferentes contextos.
E observa o comportamento da outra pessoa, assim como o teu (já que ambas as energias estão naquela dança, adaptando-se e afetando uma à outra): para ter certeza de que o que estás a ver não é nenhum show de palco.
Isto és: se quiseres que seja real e que perdure. Seja lá o que for: amizade ou relacionamento amoroso.
Quando em “modo de observação”, se estiveres no momento presente, sem esperar que a outra pessoa se ajuste dentro de uma qualquer “caixa” que possas ter construído em sua mente, se estiveres presente, sem condicionar nenhum resultado: vais sentir.
E isso é tudo que precisas: de sentir o que o teu corpo te diz e fectivamente, ouvir. Porque o teu corpo é uma antena. Vais receber muita informação sobre a outra pessoa. Se o que é dito é verdade ou não, se a pessoa está escondendo alguma coisa ou apenas fingindo: vais sentir.
Sentes. E depois logo processas. E ages de acordo.
Portanto, leva o teu tempo para conhecê-la(o), porque as coisas nem sempre são o que parecem. Para melhor ou pior. Mas se confiares na tua intuição nas tuas entranhas (o teu segundo cérebro você terá mais hipótese de ver, e entender o que está por detrás das aparências.
2. As coisas nem sempre são o que parecem: não pressuponhas nada
Não pressuponhas nada. Porque as pessoas podem ser muito surpreendentes. Para melhor ou pior.
Mas deixa-te surpreender no bom sentido: não assumas nada.
Apenas sê curioso(a) sobre a pessoa do teu interesse.
O que é ser curioso(a)? Bem: podes sempre pesquisar no Google, certo?
Sim, avatares, perfis falsos, filtros de imagem: qualquer um pode aparecer como quiser.
Podes pesquisá-los no Google, nas redes sociais. Mas 2D não é 3D (nem 5D).
Portanto, sê curioso.
E ser curioso não significa ser invasivo ou intrusivo: significa fazer perguntas para aprender sobre a tal pessoa.
Demonstra interesse em querer saber sobre a pessoa. Daquela pessoa.
Se não fizeres julgamentos precipitados nem agires como quem espera que a pessoa seja de uma certa maneira: vais permitir que a pessoa se sinta confiante em ser ela mesma.
E observa as pequenas coisas: o contacto visual, a linguagem corporal, as pequenas reações aos assuntos, a coerência do que é dito, e quanto tempo a coerência se mantém...
Tu sabes como é: às vezes as pessoas dizem que o seu tipo favorito de ovo é mexido uma semana depois, estão dizer que preferem de longe omeletes… Se isso lá é coerência.
Uma pessoa parece equilibrada e quando ficas a conhecer, fica irritada (o) com o barman só porque a chávena de café está muito quente (como se não houvesse nenhuma hipótese de arrefecer).
Só não pressuponhas nada. Nem mesmo pelo que ouves ou vês nas redes sociais. Apenas não presumas e se permite-te confiar nos teus próprios insights.
Sê curioso e você podes ser agradavelmente surpreendido(a).
Também podes ficar muito desapontado (a).
De qualquer maneira: confia que vais saber como lidar com isso. Confia em ti mesmo.
3. O amor é um começo incrível. Mas será o suficiente?
Podes ter muitos tipos de relacionamentos pessoais.
Mas se o que queres é um relacionamento amoroso: o amor tem que fazer parte da receita.
Quando o amor não está na equação, usar a expressão “relacionamento amoroso” é, no mínimo, leviano.
Então as coisas foram andando, conheces um pouco melhor a tua pessoa, achas que está apaixonado(a) e queres aprofundar o relacionamento. Acreditas que encontraste o(a) teu/tua companheiro(a) leal.
Mas será o amor o suficiente? Para fazer um relacionamento funcionar?
E digamos uma coisa desde já: o amor até pode ser incondicional (não tem que ser, mas pode ser). Mas os relacionamentos não são incondicionais.
Existem alguns pontos cruciais a serem considerados num relacionamento, se queres que funcione, que passe pelo teste do tempo e te active como pessoa a um nível profundo. Quais são os pontos cruciais?
Valores e visão.
Não é suposto perderes-te dentro dum relacionamento: é suposto que traga ao de cima o que há de melhor em ti.
Isso significa que alguma coisa deve ser mantida integral. Tu e outra pessoa, como indivíduos.
O relacionamento cresce como uma entidade feita das duas pessoas.
Um relacionamento é uma estrutura de energia viva: é o espaço comum que duas pessoas criam quando se encontram...
Alguma flexibilidade deve acontecer: para criar espaço para que tu, a outra pessoa e o próprio relacionamento cresçam. Mas nunca à custa de integridade e individualidade de nenhum dos dois.
Os valores funcionarão como estrutura. A visão funcionará como uma cola.
Nada disso precisa ser fixo ou estanque: podes agregar novos valores, se quiser que o relacionamento funcione e se não colidir com os teus principais.
E a visão tem que ser compartilhada: de que outra forma vocês vão trilhar o mesmo caminho juntos?
Mas não precisa ser do teu jeito ou do jeito da outra pessoa: pode ser o caminho do meio.
Aquele caminho que serve a ambos, aquele que não compromete o propósito individual que cada um de nós tem, que não compromete o Ikigai pessoal (razão pessoal para viver) de nenhum dos dois.
Getting Better Every Day
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From Body&Soul!
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"In nature, nothing is lost, nothing is created, everything is transformed"
Antoine Lavoisier, 1789
The Law of the Conservation of Mass